Resumo de FilosofiaA acção humana
Filosofia da acção – área da filosofia em que se procura analisar em que consiste uma acção.
Acção e agir:
Usam-se para designar os comportamentos intencionais que realizamos consciente e voluntariamente.
Acontecer
Usam-se para designar comportamentos involuntários.
Acção – é uma interferência consciente e voluntaria de um ser humano (o agente) no normal decurso das coisas, que sem a sua interferência seguiriam um caminho diferente.
Rede conceptual da acção:
ð Agente (sujeito da acção) – alguém que age, isto é, que por sua opção faz com que algo ocorra
ð Intenção (propósito da acção – Para quê?) – implica a deliberação e a definição do propósito da acção
ð Motivo (porquê da acção) – razoes que permitem compreender a intenção
ð Consciência (percepção de si como autor da acção) – capacidade do agente se aperceber de si mesmo em relação com o meio
ð Livre-arbitrio / vontade (capacidade de escolher) – capacidade de opção do agente
ð Responsabilidade – todo o agente assume todas as responsabilidades do seu agir (ser responsável das consequências da sua acção)
Complexidade do agir
Condutas humanas:
O que nos acontece – passividade
O que fazemos – actividade:
Actos involuntários (escapam a vontade) – os actos do homem
Actos voluntários (implicam vontade e intenção) – a acção do homem
As condicionantes da acção humana
ð Condicionantes físico – biológicas e psicológicas:
Ex.: Não ter média suficiente para medicina (limita) mas possibilita escolher outro curso;
ð Condicionantes histórico – socioculturais:
Ex.: Na idade média éramos educados de maneira diferente.
Cultura
A natureza do homem é social – assimila cultura. O homem é um ser social!
Ex.: de cultura – espiritual, material, terapias, gastronomia, moda, linguagem,...)
Desde que existe a humanidade, existe cultura.
O homem teve de criar meios de subsistência e estes foram evoluindo. Aquilo que eles criavam era cultura.
Somos consumidores de cultura e produto cultural.
Características da cultura: as proibições, os valores e preconceitos.
A cultura tem princípios
Ex.: Não comer homens não faz parte dos Canibais. Para os canibais é normal comer homens, não podemos contraria-los.
Teorias sobre o livre – arbítrio
ð Determinismo radical – incompatibilismo, entre liberdade e determinismo. Tudo o que existe na Natureza está determinado a agir de acordo com as leis naturais. Assim todo o efeito tem uma causa.
Segundo este determinismo o homem não tem liberdade, é regido por leis naturais.
1ª Consequência – nega-se a presença de liberdade
2ª Consequência – desresponsabilidade do agente (perante aquilo que faz)
ð Indeterminismo – a acção do homem não é determinada mas nasce do acaso. Não somos livres, acontece aleatoriamente.
ð Determinismo moderado – As acções têm uma causa. O homem às vezes é livre só não é quando há constrangimentos. Realmente no mundo as acções têm causas. No determinismo moderado ser constrangido a agir (aqui somos obrigados a agir, não temos liberdade) é diferente de ser determinado na sua acção (só aqui somos livres)
ð Libertarismo – defende o dualismo (afirma que há substancias diferentes no universo e que os fenómenos mentais não são fenómenos físicos). Os libertaristas afirmam que as acções humanas resultam de deliberações racionais e podem alterar o sucesso dos acontecimentos no mundo.
Sempre que o homem actua voluntariamente é livre. Opõem-se aos deterministas radicais e aos indeterministas.
O homem tem liberdade! Pode fazer uma escolha mas poderá posteriormente mudar de ideias.
Diz-se que a mente esta acima do corpo, é que rege as leis naturais, que lhe permite ser livres.
O homem é composto por 2 dimensões: corpo e mente e ambas as dimensões são regidas por leis diferentes.
John Searle – as acções humanas são resultado de deliberações racionais e podem alterar o curso dos acontecimentos do mundo. - Libertarismo
O conceito e os tipos de valores
Axiologia – “axios” – algo que é precioso, digno de estima.
Acção Humana: Liberdade; responsabilidade do agente. É condicionada por motivos, projectos, intenções, valores (estudado pela axiologia)
O homem realiza experiencias valorativas. As coisas não lhe são indiferentes.
Juízos de facto (de realidade) – Descrevem o que é descrições neutras e impessoais da realidade; objectivos; verificáveis; susceptíveis de serem verdadeiros ou falsos.
Ex.: A Guernica foi pintada por Picasso
Juízos de valor (de apreciação) – Indicam uma apreciação relativamente a um dever ser interpretações parciais e subjectivas; relativos; discutíveis; expressam opções de natureza emotiva/afectiva
Ex.: A Guernica é o quadro mais belo de Picasso.
A experiencia valorativa:
- 1 sujeito; - 1 objecto, uma situação, uma acção,...; a valoração; o universo dos valores.
Conceito e tipos de valores
Significado técnico – valor de uma mercadoria, valor de uma incógnita
Significado afectivo – valor das coisas que nos merecem estima
Significado moral – quando atribuímos valor a um comportamento: é o caso da coragem em frente ao perigo, da solidariedade, da beleza de um gesto, do altruísmo e do egoísmo.
Valores:
Valores religiosos: santo / profano; divino / demoníaco; milagroso / mecânico; supremo / derivado
Valores éticos ou morais: bom / mau; justo / injusto; misericordioso / desapiedado; leal / desleal
Valores estéticos: belo / feio; gracioso / tosco; elegante / deselegante; harmonioso / desarmonioso; sublime / ridículo
Valores lógicos: verdade / falsidade; conhecimento / erro; exacto / aproximado; evidente / provável
Valores vitais: forte / fraco; energético / inerte; são / enfermo
Valores úteis: caro / barato; capaz / incapaz; abundante / escasso; adequado / inadequado; conveniente / inconveniente
Caracterização geral dos valores:
ð Polaridade (bipolaridade)
Valor (humilde) – contra valor (arrogância)
Os valores apresentam-se sempre desdobrados, com uma dupla face, numa polaridade positiva e noutra negativa; assim, em oposição ao belo (pólo positivo), encontramos sempre o feio (pólo negativo), em posição ao bom, ao mau; em posição ao sagrado, o profano
ð Hierarquização
Os valores apresentam-se ordenados segundo uma hierarquia, pois há entre eles relações de dependência que implicam o estabelecimento de prioridade. Nas diversas situações existenciais que vivemos, estabelecemos uma espécie de escala que vai dos valores de menor importância para os que consideramos superiores, tendo uns maior força impositiva do que outros. Cada pessoa, cada grupo social e cada sociedade e cultura possui valores particularmente apreciados e aceites pela generalidade dos indivíduos. A essa hierarquização chama-se tábua de valores.
ð Historicidade
Os valores acompanham o tempo; sofrem alterações em função da história da humanidade.
Ex.: A escravatura era considerada uma prática legítima na antiga Grécia, em contraste com a interpretação que dela temos como prática moramente reprovável no século XXI. Diferentes concepções de bem existiram ao longo dos tempos, não havendo o bem em si mesmo.