sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Carta de Amor de um Químico

Ouro Preto, zinco de agosto de 2008.


Querida Valência:


Sinto que estrôncio perdidamente apaixonado por ti. Ao deitar-me, quando descálcio meus sapatos, mercúrio no silício da noite, reflito e vejo que sinto sódio. Então, desesperadamente, chouro. Sem ti, Valência, minha vida é um inferro. Ao pensar que tudo começou com um arsênio de mão, cloro de vergonha. Sabismuto bem que te amo, embora não o digas, sei que gostas de um tal de Hélio e também do Hidro-Eugénio. De antimônio posso assegurar-te que não sal nenhum érbio e que trabário para viver. Oxigénio cruel tu tens, Valência! Não permetais que eu cometa algo errádio. Por que me fazer sofrer tanto assim, sabendo que tu és a luz que me alumina? Meu caso é cério, mas não ácido razão para um escândio social. Eu soube que a Inês contou que te embromo com esse namouro. Manganês, deixa de onda e não acredita niquela disser, pois sabes que nunca agi de modo estanho contigo. Aliás, se não tiveres arranjado outro argóniomento, procura um Avogadro e me metais na cadeia. Lembra-te, porém, que não me sais do pensamento.


Abrácidos comovidros deste que muito te ama.


Magnésio



1 comentário:

Mariana disse...

Eu cá gosto é desta carta.